domingo, 27 de novembro de 2011

# Consequências do processo de colonização

Os portugueses, sob o comando de Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam ao Zaire em 1484. É a partir daqui que se iniciará a conquista pelos portugueses desta região da África, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com o Reino do Congo, que dominava toda a região. Ao sul deste reino existia dois outros, o do Reino de Ndongo e o de Matamba, os quais não tardam a unir-se, para dar origem ao Reino de Angola.
Explorando as rivalidades e conflitos entre estes reinos, na segunda metade do século XVI os portugueses instalam-se na região de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Dias de Novais, que em sua governação implantou o regime de capitanias que trazia em si a vontade de delimitação do território, do seu povoamento e da consequente exploração, de prata, que existia em abundância, ou do comércio de escravos, que se revelaria um verdadeiro filão de riqueza. A penetração para o interior é muito limitada. Em 1576 fundam São Paulo da Assunção de Luanda, a atual cidade de Luanda. Angola transforma-se rapidamente no principal mercado abastecedor de escravos para as plantações da cana-de-açúcar do Brasil.
Até finais do século XVIII, Angola funciona como um reservatório de escravos para as plantações e minas do Brasil ou de outras colônias portuguesas do continente americano. 
A colonização efetiva do interior só se inicia no século XIX, após a independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de escravos (1836-42), mas não da escravatura. Esta ocupação do interior tinha o carácter de uma resposta às pretensões de outras potências europeias, como a Inglaterra, a Alemanha e a França, que reclamavam na altura a sua parte na África. Tratados são firmados na Conferência de Berlim, estabelecendo os territórios que a cada uma cabem, de acordo com o seu poder e habilidade negocial.
Podemos observar na conquista territorial uma sequência de determinações que favoreceram a tomada portuguesa do território.  Elementos como: diversidade étnica, evangelização, poder bélico, espionagem e comércio fizeram parte de um conjunto de estratégias que deram aos portugueses não só a posse do território angolano, como também de Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e o Enclave de Macau, além da sua maior conquista que foi a terra do Pau-Brasil.
Nos anos 1950 começou a articular-se uma resistência com vários aspectos contra a dominação colonial, impulsionada pela descolonização que se havia iniciado no continente africano, depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Esta resistência, que visava a transformação da colônia de Angola em país independente, desembocou a partir de 1961 num combate armado contra Portugal. A luta pela independência adquire sucesso em 11 de Novembro de 1975, que é quando a Angola consegue sua autonomia, mas infelizmente não foi quando o país conseguiu sossego.  Iniciou-se logo depois da declaração da independência a Guerra Civil Angolana entre três grupos nacionalistas, disputando o governo de angola, cada um apoiado por uma diferente potência mundial, dando a guerra proporções internacionais, cessada apenas em 2002 com um acordo entre os grupos.
Estabilizar a economia depois de tantos confrontos, pacificar os espíritos marcados por mais de trinta anos de guerra civil, encontrar os rumos da democracia norteada pelas reformas sociais para diminuir o estado de pobreza absoluta que assolava em todo o país, melhorar as péssimas condições sanitárias e ambientais, responsáveis pela proliferação de fortes epidemias, não foi uma tarefa rápida e eficiente, tanto que, atualmente a população angola enfrenta os restos das consequências desse período.
A angola com o IDH ( Índice de Desenvolvimento Humano) no ano de 2010 com 0,403 ocupando o 146º de 187 países, considerado baixo, a esperança de vida de 42,7 anos ocupando o 190º de 195 países, a mortalidade infantil em 131,9/mil nascidos, ocupando o 192º de 195 países e alfabetização em 67,4% ocupando o 142º lugar de 177 países, caracteriza a Angola como um país de baixo desenvolvimento.

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